Bruno Carvalho, arquiteto, designer e artista multidisciplinar, é sócio fundador da BC arquitetos. Formado em Belas Artes e Arquitetura, tem mais de 20 anos de experiência. Lecionou em universidades e, ao longo do seu percurso, foi distinguido com importantes prémios nacionais e internacionais, juntamente com a sua sócia, Camila Avelar.
Design em Lisboa: Para um estúdio de arquitetura com grande reconhecimento no Brasil, qual a importância de um projeto assinado fora do país?
Bruno Carvalho: Ter projetos internacionais agrega valor à nossa marca e permite a expansão do estúdio para o mercado externo.
DL: Como surgiu a oportunidade de realizar este projeto em Portugal?
BC: Este projeto começou com a mudança dos clientes para Portugal.
DL: É muito diferente trabalhar em Portugal comparativamente a outros países?
BC: Não só em Portugal. Mesmo no Brasil, cada região, por ser um país continental, tem suas particularidades. Mas no continente europeu a orientação arquitetónica é diferente. Esta é uma grande diferença na hora de projetar.
DL: Uma de suas afirmações é que os ‘seus projetos transmitem poesia em cada espaço’. O que transmite este projeto desenvolvido em Cascais?
BC: Um dos pilares fundamentais do trabalho realizado pela BC é a componente artística. Arte em todos os sentidos, de forma leve, delicada e sensorial.
DL: Assim como outros, este projeto utiliza muito madeira. O que há de tão especial nessa matéria-prima?
BC: A marcenaria, principalmente a madeira natural certificada, é um dos pilares dos nossos projetos. Além de estética e textura, traz sofisticação e hospitalidade.
DL: Qual a importância da luz nos interiores?
BC: Fundamental e necessário. A luz traz brilho, sombra e poesia aos espaços.
A luz traz brilho, sombra e poesia aos espaços.
DL: Foi um desafio encontrar em Lisboa marcas de design que não são tão conhecidas no Brasil?
BC: Pelo contrário. A QuartoSala, grande parceira do nosso estúdio, tem o que há de melhor em design em escala global, desde marcas europeias consagradas até design brasileiro de alta qualidade.
DL: Como foi a colaboração com a QuartoSala?
BC: Foi incrível. Além de produtos com diversas possibilidades, o atendimento e cuidado com os profissionais e os seus clientes também é muito bom. Sentimos que estávamos a escolher os produtos como se estivéssemos em casa.
DL: Qual é a sensação de ver um projeto finalizado?
BC: É o objeto de todo o nosso trabalho. Só entendemos que o nosso trabalho está completo quando produzimos a casa para os nossos clientes.
DL: Que peças de design destacaria neste projeto e por quê?
BC: Destaco Paola Lenti, com sua técnica de construção e design simples e versátil.
DL: Criou seu estúdio há cerca de 20 anos. O que destacaria como linha orientadora ao longo deste percurso?
BC: Uma arquitetura intemporal e interiores com muitas lembranças afetivas.
DL: Tem vários projetos premiados pela Casa Decor, na imprensa brasileira, e mais recentemente foi destacado com um IF Design Award. Qual a importância de um prémio internacional desse porte para a continuidade do seu trabalho?
BC: Os prémios são um reconhecimento ao longo trabalho realizado pela nossa talentosa equipe da BC Arquitetos. Valida e endossa a nossa marca tanto no cenário nacional como nos projeta para o mercado internacional.
DL: Qual o papel da Arte nos seus projetos? E neste em particular?
BC: Como mencionei acima, um dos três pilares do nosso trabalho, a curadoria de arte, assim como de mobiliário, faz grande diferença no resultado, classifica e traz à tona uma atmosfera particular e exclusiva.
DL: Sabemos que existem projetos em curso em Lisboa. O que poderia acontecer de forma diferente na sua abordagem futura?
BC: Já há alguns anos que temos projetos frequentes na cidade e este ano, em particular, projetos muito especiais. Nossa meta até o final do ano é ter nosso escritório oficial na cidade.
DL: O que o apaixona no seu trabalho?
BC: Conhecer pessoas e suas histórias. A arquitetura, além de transformadora, nos conecta às histórias de cada cliente.
DL: Arquitetura e design de interiores. Como essas duas disciplinas estão relacionadas?
BC: Para nós não existem barreiras. Pelo contrário, entendemos que a casa começa por quem vai habitá-la. As suas necessidades, o perfil dos clientes e a construção da arquitetura, tanto esteticamente como em termos de funcionalidade, estão diretamente ligados ao ser humano. A arquitetura precisa de ter plasticidade e preocupação com sua localização, ventilação e iluminação. Os interiores precisam de se relacionar com essas funções e trazer, além do que mencionámos acima, memórias afetivas.
A arquitetura precisa de ter plasticidade e preocupação com sua localização, ventilação e iluminação. Os interiores precisam de se relacionar com essas funções e trazer, além do que mencionámos acima, memórias afetivas.