Apartamento em Cascais com 300 m2, dois pisos, varanda e terraço.

Piso inferior: Sala, cozinha e varanda

Piso superior: quartos

Projeto de exterior desenvolvido no terraço do apartamento

Apartamento em Cascais por Gabriel Bordin

  • Entrevista por Design em Lisboa
  • Fotografia por Gui Morelli

Gabriel Bordin é  arquiteto e urbanista, formado pela Universidade do Sul de Santa Catarina.  Estudou na Universita’ degli Stufi di Firenze Facolta’ – Architettura e na University of Illinois em Chicago.

Design em Lisboa: Como acontece o processo criativo para um projecto? Onde procura ou encontra inspiração?

Gabriel Bordin: O ponto de partida são as necessidades do cliente e da locação, suas particularidades aguçam o processo criativo. Encontro inspiração nas tendências que podem acompanhar um desenho atemporal. Projeto enquanto mesclo elementos contemporâneos e cânones à história do usuário e da edificação.

DL:O que distingue um projeto seu?

GB: Minimalismo nas superfícies que abre espaço para decorações e composições afetivas. Materiais naturais e clássicos, funcionalidade e formas simples são pontuadas com móveis, objetos e símbolos que comunicam a essência do projeto.

Materiais naturais e clássicos, funcionalidade e formas simples são pontuadas com móveis, objetos e símbolos que comunicam a essência do projeto.

DL: Qual foi, até hoje, o momento mais marcante do seu percurso?

GB: Ainda somos um studio novo com uma equipe jovem, nossas conquistas acontecem a cada ano conforme nosso trabalho é reconhecido por públicos diferentes, mas certamente a chegada ao mercado internacional é uma delas. Com nossa estreia em 2020 com um projeto em Daytona na Flórida e este projeto em Cascais que marca nosso primeiro projeto em solo europeu.

DL: Quem são as suas maiores referências?

GB: Alguns. Mies van der Rohe, Isay Weinfeld e Marcio Kogan. Jorge Zalszupin enquanto arquiteto e designer de peças icônicas da movelaria brasileira. Burle Marx com sua alquimia visual no paisagismo e nas artes plásticas também me inspira muito, pois dá pistas geniais sobre como incluir a natureza e as formas orgânicas na arquitetura.

DL: O que o trouxe para Lisboa?

GB: Este projeto. Coincidentemente outras oportunidades e experiências me trouxeram de volta para Lisboa este ano e tem sido, sempre, uma boa surpresa.

DL: Como é a cidade aos seus olhos?

GB: A arquitetura histórica em contraponto ou conjunto à arquitetura e design contemporâneos criam uma aura rica, fascinante – a geografia da cidade também contribui. Um fator importante também é a conexão cultural que faço com minha casa, a ilha de Florianópolis, no Brasil; onde a história antiga e os novos tempos têm palco na beira de grandes águas.

DL: O que o faz querer ficar (ou voltar)?

GB: Afora o encantamento da cidade, volto pelo acolhimento que recebi. O idioma em comum e encontrar uma significa;va comunidade brasileira foram importantes, me senti um pouco em casa. Claro, também voltaria pelos pastéis de nata.

DL: Algum desafio inesperado?

GB: Talvez não tão inesperado, mas encontrar fornecedores locais e transmitir nossa linguagem projetual em uma outra cultura foi o maior desafio. Nesta missão, a QuartoSala nos apoiou em muito, ao compartilhar seus contatos e nos ajudar no acompanhamento da obra.

DL: Sente que a herança cultural portuguesa acabou por influenciar o seu trabalho?

GB: Sim, inclusive este era uma das intenções. O cliente desejava um projeto que transmitisse um pouco da aura regional e de sua paisagem banhada pelo Atlântico. Projetamos uma base que faz referência a elementos naturais, pontuada com objetos e obras de arte de artistas locais, alguns até mesmo temáticos, como as obras de azulejaria do XXXXXX e a obra XXXX do XXXXX.

Projetamos uma base que faz referência a elementos naturais, pontuada com objetos e obras de arte de artistas locais, alguns até mesmo temáticos, como as obras de azulejaria do XXXXXX e a obra XXXX do XXXXX.

DL: Como surgiu a parceria com a QuartoSala?

GB: Durante a concepção a QuartoSala já apareceu em nossas pesquisas quando procurávamos por um fornecedor multimarcas que reunisse designers que já tivemos contato com designers que admiramos. Também nos foi recomendada por colegas de profissão e amigos.

DL: Que marcas destaca e porquê?

GB: A Flexform como uma solução integral para o apartamento, Paola Lenti  e suas peças de outdoor cheias de personalidade, Flos com recursos de iluminação criativos e as marcas brasileiras Sérgio Rodrigues e Sollos, os quais sempre gostamos muito de colocar em nossos projetos.

DL: Sente que existem diferenças culturais ou estéticas significativas entre o trabalho de arquitetos e designers de interiores em Portugal e em outros países? E se sim, como você aborda essas diferenças nos seus projetos?

GB: Sim. Como um observador há alguns anos tenho tentado captar e incluir essas diferenças estéticas – antes culturais – em nossos desenhos. Em 2022, por exemplo, desenhamos a Sala Allora para uma mostra de interiores, a locação era uma antiga sala de aula em um edifício tombado como património público. Para interferir no espaço nos inspiramos no desenho de interiores europeu que, ao nosso ver, costuma respeitar mais as características arquitectónicas e históricas do local, a planta costuma ser menos amarrada, mais fluida, com peças icônicas e soltas que podem ser reposicionadas se moldando às novas demandas do usuário, um desenho que mescla o permanente ao efêmero.

DL: Sentiu em algum momento como dificuldade por não ter os seus fornecedores habituais com que trabalha, como é o caso dos seus fornecedores no Brasil ou isso de alguma forma acabou sendo um desafio para encontrar soluções diferentes e sair da sua zona de conforto?

GB: Como comentado, tivemos uma grande ajuda da QuartoSala nesse sentido; ainda assim houve muito espaço para sair da zona de conforto, pois parte do que torna interessante o trabalho também são as soluções diferentes.

DL: Que camada é que esta experiência acrescentou ao seu trabalho? Como é que a cidade o transformou?

GB: A experiência imersiva em outra cultura, as caminhadas à procura de objetos interessantes para composição e as corridas matinais que por acaso me apresentavam novos lugares para voltar foram muito estimulantes, pude encontrar peças e espaços. Foi um bom lembrete para permanecer curioso.

Gabriel Bordin é  arquiteto e urbanista, formado pela Universidade do Sul de Santa Catarina.  Estudou na Universita’ degli Stufi di Firenze Facolta’ – Architettura e na University of Illinois em Chicago.

Apartamento em Cascais por Gabriel Bordin

  • Entrevista por Design em Lisboa
  • Fotografia por Gui Morelli

Gabriel Bordin é  arquiteto e urbanista, formado pela Universidade do Sul de Santa Catarina.  Estudou na Universita’ degli Stufi di Firenze Facolta’ – Architettura e na University of Illinois em Chicago.

Design em Lisboa: Como acontece o processo criativo para um projecto? Onde procura ou encontra inspiração?

Gabriel Bordin: O ponto de partida são as necessidades do cliente e da locação, suas particularidades aguçam o processo criativo. Encontro inspiração nas tendências que podem acompanhar um desenho atemporal. Projeto enquanto mesclo elementos contemporâneos e cânones à história do usuário e da edificação.

DL:O que distingue um projeto seu?

GB: Minimalismo nas superfícies que abre espaço para decorações e composições afetivas. Materiais naturais e clássicos, funcionalidade e formas simples são pontuadas com móveis, objetos e símbolos que comunicam a essência do projeto.

Apartamento em Cascais com 300 m2, dois pisos, varanda e terraço.

Piso inferior: Sala, cozinha e varanda

Piso superior: quartos

Projeto de exterior desenvolvido no terraço do apartamento

Materiais naturais e clássicos, funcionalidade e formas simples são pontuadas com móveis, objetos e símbolos que comunicam a essência do projeto.

DL: Qual foi, até hoje, o momento mais marcante do seu percurso?

GB: Ainda somos um studio novo com uma equipe jovem, nossas conquistas acontecem a cada ano conforme nosso trabalho é reconhecido por públicos diferentes, mas certamente a chegada ao mercado internacional é uma delas. Com nossa estreia em 2020 com um projeto em Daytona na Flórida e este projeto em Cascais que marca nosso primeiro projeto em solo europeu.

DL: Quem são as suas maiores referências?

GB: Alguns. Mies van der Rohe, Isay Weinfeld e Marcio Kogan. Jorge Zalszupin enquanto arquiteto e designer de peças icônicas da movelaria brasileira. Burle Marx com sua alquimia visual no paisagismo e nas artes plásticas também me inspira muito, pois dá pistas geniais sobre como incluir a natureza e as formas orgânicas na arquitetura.

DL: O que o trouxe para Lisboa?

GB: Este projeto. Coincidentemente outras oportunidades e experiências me trouxeram de volta para Lisboa este ano e tem sido, sempre, uma boa surpresa.

DL: Como é a cidade aos seus olhos?

GB: A arquitetura histórica em contraponto ou conjunto à arquitetura e design contemporâneos criam uma aura rica, fascinante – a geografia da cidade também contribui. Um fator importante também é a conexão cultural que faço com minha casa, a ilha de Florianópolis, no Brasil; onde a história antiga e os novos tempos têm palco na beira de grandes águas.

DL: O que o faz querer ficar (ou voltar)?

GB: Afora o encantamento da cidade, volto pelo acolhimento que recebi. O idioma em comum e encontrar uma significa;va comunidade brasileira foram importantes, me senti um pouco em casa. Claro, também voltaria pelos pastéis de nata.

DL: Algum desafio inesperado?

GB: Talvez não tão inesperado, mas encontrar fornecedores locais e transmitir nossa linguagem projetual em uma outra cultura foi o maior desafio. Nesta missão, a QuartoSala nos apoiou em muito, ao compartilhar seus contatos e nos ajudar no acompanhamento da obra.

DL: Sente que a herança cultural portuguesa acabou por influenciar o seu trabalho?

GB: Sim, inclusive este era uma das intenções. O cliente desejava um projeto que transmitisse um pouco da aura regional e de sua paisagem banhada pelo Atlântico. Projetamos uma base que faz referência a elementos naturais, pontuada com objetos e obras de arte de artistas locais, alguns até mesmo temáticos, como as obras de azulejaria do XXXXXX e a obra XXXX do XXXXX.

Projetamos uma base que faz referência a elementos naturais, pontuada com objetos e obras de arte de artistas locais, alguns até mesmo temáticos, como as obras de azulejaria do XXXXXX e a obra XXXX do XXXXX.

DL: Como surgiu a parceria com a QuartoSala?

GB: Durante a concepção a QuartoSala já apareceu em nossas pesquisas quando procurávamos por um fornecedor multimarcas que reunisse designers que já tivemos contato com designers que admiramos. Também nos foi recomendada por colegas de profissão e amigos.

DL: Que marcas destaca e porquê?

GB: A Flexform como uma solução integral para o apartamento, Paola Lenti  e suas peças de outdoor cheias de personalidade, Flos com recursos de iluminação criativos e as marcas brasileiras Sérgio Rodrigues e Sollos, os quais sempre gostamos muito de colocar em nossos projetos.

DL: Sente que existem diferenças culturais ou estéticas significativas entre o trabalho de arquitetos e designers de interiores em Portugal e em outros países? E se sim, como você aborda essas diferenças nos seus projetos?

GB: Sim. Como um observador há alguns anos tenho tentado captar e incluir essas diferenças estéticas – antes culturais – em nossos desenhos. Em 2022, por exemplo, desenhamos a Sala Allora para uma mostra de interiores, a locação era uma antiga sala de aula em um edifício tombado como património público. Para interferir no espaço nos inspiramos no desenho de interiores europeu que, ao nosso ver, costuma respeitar mais as características arquitectónicas e históricas do local, a planta costuma ser menos amarrada, mais fluida, com peças icônicas e soltas que podem ser reposicionadas se moldando às novas demandas do usuário, um desenho que mescla o permanente ao efêmero.

DL: Sentiu em algum momento como dificuldade por não ter os seus fornecedores habituais com que trabalha, como é o caso dos seus fornecedores no Brasil ou isso de alguma forma acabou sendo um desafio para encontrar soluções diferentes e sair da sua zona de conforto?

GB: Como comentado, tivemos uma grande ajuda da QuartoSala nesse sentido; ainda assim houve muito espaço para sair da zona de conforto, pois parte do que torna interessante o trabalho também são as soluções diferentes.

DL: Que camada é que esta experiência acrescentou ao seu trabalho? Como é que a cidade o transformou?

GB: A experiência imersiva em outra cultura, as caminhadas à procura de objetos interessantes para composição e as corridas matinais que por acaso me apresentavam novos lugares para voltar foram muito estimulantes, pude encontrar peças e espaços. Foi um bom lembrete para permanecer curioso.

Gabriel Bordin é  arquiteto e urbanista, formado pela Universidade do Sul de Santa Catarina.  Estudou na Universita’ degli Stufi di Firenze Facolta’ – Architettura e na University of Illinois em Chicago.

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